Festa da paz e do voto
Confira o editorial deste domingo, 6
Cada qual fazendo sua parte resultará no respeito à vontade popular - Foto: Marcelo Camargo | Agência Brasil
Um país interrompido por mal-assombrados hiatos ditatoriais não pode deixar de viver o convívio democrático de hoje como uma grande festa cívica, talvez a maior delas, pois já se vão quase quatro décadas livres de delírios persecutórios.
Sequência auspiciosa desde a Proclamação da República, nascida do golpe militar de 1889, a data inspira comportamento pacífico por parte de cada cidadão ou cidadã promovida a conviva deste banquete social civilizatório.
Comemora-se, muito além da oportunidade de contribuir para gerir os recursos produzidos nos próximos anos, a alegria de não se precisar obedecer ordens de quem tinha força para derrubar eleitos e indicar apaniguados.
Ao invés, portanto, de limitar-se a sublinhar as diferenças, às brasileiras e aos brasileiros cabe verificar a maior convergência, qual seja, honrar o legado da geração vitoriosa na redemocratização sem derramar sangue.
A paz é o presente a ser ofertado, nesta perspectiva histórica, à “santa” urna, por meio do voto secreto, direto e eletrônico, sabendo-se não corresponder ao perfil de sistema perfeito, mas de maior razoabilidade jamais inventado.
Os cuidados para manter a conquista do sufrágio exigem capacidade de saber distinguir “liberdade” e “censura”, como bem pontuou a presidenta do Tribunal Superior Eleitoral, a vigilante Cármen Lúcia, em sua preleção.
Para a magistrada, à frente de 20 mil servidores judiciários, um adversário a ser enfrentado – e vencido – é o “cabresto digital”, mecanismo por meio do qual vírus de “desinformação” produzem ameaçadoras “epidemias” antidemocráticas.
Não faz bom uso da capacidade de ser livre quem mente, injuria, calunia ou difama, de onde se pode justificar a importância de não exceder-se ao exprimir ideias, prezando pela verdade a 100% como condição necessária.
Cada qual fazendo sua parte, visando realizar mais um pleito com lisura e serenidade, resultará no respeito à vontade popular, proclamando-se os vencedores e as vencedoras na soberana colheita democrática do Brasil.
Reprodução - EDITORIAL / A tarde