Eleições 2022: o que vem por aí

03 de Janeiro de 2022 09h01

Conjuntura Política

Twitter: @ItapebiAcontece

Imagem: Reprodução

Nas eleições deste ano, 577 mil urnas serão usadas - quase metade delas (225 mil), novas. Diante da polêmica sobre a adoção do voto impresso, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) reforçou as etapas de segurança e a qualidade tecnológica das urnas, modelo mundial de sucesso na aferição dos votos.

Mas o que vem por aí nas principais disputas eleitorais dos estados? Em São Paulo, a pré-candidatura de João Doria (PSDB) à presidência depende de sua viabilidade nas pesquisas e da união da terceira via. Como disse que não seria candidato à reeleição, a disputa pelo governo estadual se dá entre o atual vice-governador Rodrigo Garcia, nome que Doria apoia, o ex-governador Geraldo Alckmin (sem partido), o também ex-governador Márcio França (PSB) e o ex-prefeito Fernando Haddad (PT). Acontece que o posto de vice na chapa de Lula pode mexer com o cenário paulista, pois quase 22% do eleitorado brasileiro vota por lá, e o petista mantém chances de vencer ainda no primeiro turno.

No Rio de Janeiro, esquemas de corrupção envolvendo todos os últimos governadores eleitos produziram uma verdadeira hecatombe. O cenário por lá é de recomposição das forças políticas estaduais, após a eleição de Eduardo Paes (PSD) à prefeitura da capital, derrotando o grupo bolsonarista que une igrejas e milícias num único palanque. Um pacto no campo da oposição à Bolsonaro, formado pelo que sobrou do grupo político do ex-governador Sérgio Cabral, passa pelas possíveis candidaturas de Paes, de Marcelo Freixo (PSB) e do advogado Felipe Santa Cruz, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Lembremos: 8,5% do eleitorado brasileiro está no Rio de Janeiro.

Em Minas Gerais, a recuperação dos índices de aprovação do atual governador, Romeu Zema (Novo), tem se refletido nas pesquisas eleitorais, que o colocam como competitivo. Se a sua eleição esteve atrelada ao bolsonarismo, agora o jogo virou. Ele se mostra mais distante de Bolsonaro, reflexo do desgaste do presidente nos principais colégios eleitorais do país. Tudo indica que a polarização se fará com o ex-presidente do Atlético Mineiro e atual prefeito reeleito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), cuja gestão tem sido avaliada positivamente.

Já na Bahia, quarto maior colégio eleitoral do país, a disputa se dará mais uma vez entre o PT e o grupo pós-carlista liderado pelo ex-prefeito ACM Neto (DEM). Rui Costa tem sido bem avaliado e mantém estável a aliança com o PP de João Leão e o PSD do Senador Otto Alencar. Neto, por sua vez, saiu bem avaliado da prefeitura - uma vitrine para a atração de novos aliados. Promete-se uma eleição equilibrada. Para o PT, será a principal eleição de governador. Mais uma vez, o cenário nacional terá um peso decisivo nas eleições baianas.

 

Por: Cláudio André de Souza

 

*Cláudio André de Souza é professor Adjunto de Ciência Política da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB) e um dos organizadores do “Dicionário das Eleições” (Juruá, 2020). E-mail: [email protected]

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