Com criatividade, sites baianos ganham destaque fora do país

Geral
26 de Março de 2014 15h03

Duas startups locais, a Pastar e a Linzit, foram premiadas na competição global de plano de negócios James McGuire, na Flórida. A Pastar também foi campeã do Startup Weekend, em São Paulo

Twitter: @ItapebiAcontece


Projetos-piloto de empresas baianas ligadas às novas tecnologias têm conseguido projeção internacional e prometem ganhar o mercado em breve. Movidas pela vontade de inovar, pela busca da resolução de problemas cotidianos, pelo intuito de tornar a vida cotidiana mais simples e pelo desejo de disseminar conhecimentos na internet, essas empresas estão ligadas a incubadoras localizadas em Salvador, para transformar uma boa ideia em um bom negócio. 

Graças a esse trabalho das incubadoras, criadores de startups locais (empresas com projetos inovadores e com grande potencial de crescimento no ramo) começam a atingir sucesso nos negócios e a se projetar mundialmente.
 

Carolina e Pedro mostram no samrtphone o Linzit, aplicativo em fase de teste que criaram para melhorar a vida social de grupos de amigos (Foto: Marina Silva)



É o caso dos jovens Matheus Ladeia, de 20 anos, e Carolina Linhares, 22, ambos estudantes da Unifacs e participantes da incubadora de empresas da instituição. Enquanto Matheus criou um site para facilitar transações no mundo da pecuária e já projeta movimentar R$ 6 milhões até 2015, Carolina criou, junto com o sócio Pedro Requião, 24, um aplicativo para iPhone para ajudar consumidores a se organizar melhor na hora de sair com os amigos.

O Pastar (www.pastar.com.br), site criado por Matheus, surgiu depois que a família do jovem teve um prejuízo de R$ 200 mil com a estiagem do interior baiano. O pai de Matheus, que é pecuarista, perdeu cabeças de gado e passou por grandes dificuldades ao tentar alugar pastagens em locais menos secos. Justamente com a dificuldade, ele resolveu criar um site onde fosse fácil encontrar criadores, compradores e donos de pastagens para realizar transações comerciais.

O negócio tem dado tão certo que o Pastar ganhou um prêmio internacional na competição global de planos de negócios James McGuire, na Flórida, no ano passado. “Além disso, fomos campeões na Startup Weekend, em São Paulo”, lembra Matheus. 

Matheus tem dois sócios, Caio Lima, 20, estudante de Ciência da Computação da Ufba, e Carlos Borges, 22, estudante de Engenharia Civil da Unifacs. “Escolhi os sócios pela competência técnica e pela vontade de trabalhar no negócio que demonstraram”. 

Vida social
Já Carolina teve a ideia de criar o aplicativo Linzit enquanto pensava com seu sócio uma forma de “melhorar a vida social”. “Pensamos: se eu quiser sair, como saber que lugar vai bombar e para onde meus amigos vão?”. A partir da ideia, ambos criaram o aplicativo, hoje em fase de teste. “A ideia surgiu para facilitar a vida social das pessoas”, repete. “Quem nunca desanimou de sair só de pensar que tem que ligar pra todo mundo, pensar num lugar com disponibilidade, entrar em consenso com os amigos, etc?”, diz Carolina.

Por enquanto, o aplicativo, que usa a base de dados da rede social Foursquare, só está sendo utilizado para convidados, mas os jovens empreendedores já começam a fazer interface com bares e restaurantes brasileiros para incluir informações como eventos que ocorrem nesses locais, quantas pessoas estão presentes, além de dados sobre o público. O Linzit ficou entre os três melhores projetos na feira internacional James McGuire.

Outros projetos promissores têm espaço no Parque Tecnológico da Bahia, centro de convergência do sistema público de inovação inaugurado em 2012 pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado (Secti).

É o caso, por exemplo, de um portal criado pela empresa Lisan, cuja missão é unir tecnologia e medicina, de forma a facilitar a vida de médicos. Os sócios da empresa, Wilson Bruno, 37, e Cristiane Possobom, 32, criaram um portal dedicado a profissionais da área. “É o primeiro portal de educação médica continuada”, descreveu Wilson.

Denominado Meduniverse, o portal foi criado em fevereiro de 2012 e inclui discussões acadêmicas, estudos de caso e fóruns sobre temas de interesse para médicos de diferentes especialidades. Hoje, já há 10 mil médicos cadastrados e as visitas crescem, em média, 10% ao mês, segundo Wilson. 

Agora, o site começa a ter projeção internacional, a partir de parcerias buscadas por Wilson e Cristiane. “Um dos nossos parceiros é o professor Scott Atlas, da Universidade de Stanford, na Califórnia”, diz Wilson. A parceria tem sido vista com otimismo pelos sócios, já que a universidade fica no seio do Vale do Silício, o que permite aos seus docentes uma intensa vivência com a tecnologia.

Outro projeto alocado no Parque é da empresa TW2 Tecnologia. Atualmente, ela desenvolve um sistema para permitir que toda a gestão de empresas varejistas de alimento possa ser realizada a partir das maquinetas de cartão de crédito. “O sistema está sendo desenvolvido para o modelo mais avançado dessa maquineta, que é da empresa Ingenico”, conta o sócio da empresa, Emerson Barreto, 42. “O software poderá ser utilizado  desde um carrinho de cachorro-quente até um estabelecimento maior”, prevê. 

Atendimento
Os baianos têm buscado cada vez mais conhecimento em tecnologia e colocado isso em prática para empreender. “Temos tido aumentos grandes no número de pessoas que buscam atendimento em inovação e tecnologia”, afirmou a gerente da Unidade de Inovação e Acesso à Tecnologia do Sebrae Bahia, Márcia Suede. 

Segundo ela, em 2013, foram mais de seis mil   empresas pedindo atendimento com soluções de inovação em tecnologia. O número ainda é pequeno no universo dos 150 mil atendimentos do Sebrae no ano, mas simbolizam um “aumento grande” em relação aos anos anteriores.

Investimento-anjo é opção para novos negócios
“Onde vou conseguir meu dinheiro?”. Essa é uma questão comum entre proprietários de empresas que estão iniciando as atividades, as chamadas startups, e entre empresários que necessitam de financiamento para seus projetos-piloto. Em casos como esses, uma boa opção pode ser o investimento-anjo. 

Quem diz é Cássio Spina, porta-voz da Anjos do Brasil, entidade de fomento ao empreendedorismo de inovação. “O investidor-anjo é um empresário, um executivo que tem capital financeiro, além de experiência e investimento para ajudar o empreendedor”, explica.

“Por seu investimento, o investidor-anjo recebe uma participação societária minoritária no negócio, e não assume posição executiva na empresa. Por outro lado, ele também atua como um conselheiro, orientando os empreendedores e participando das decisões estratégicas da empresa, aumentando muito suas chances de sucesso, bem como acelerando seu desenvolvimento”, comenta. 

Spina é investidor-anjo, fundador da Anjos do Brasil e autor do livro Investidor-Anjo – Guia Prático para Empreendedores e Investidores.
 



Itapebiacontece/Correio


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