Grama sintética será 12º jogador do Palmeiras, diz responsável por obra

Esportes
25 de Janeiro de 2020 18h01

Após longo período de negociações, o clube e a administradora do Allianz Parque toparam investir até R$ 10 milhões para trocar o gramado do estádio

Twitter: @ItapebiAcontece

Foto: Edu Garcia/R7

Novo gramado do Allianz Parque deve ficar pronto em fevereiro

Edu Garcia/R7

O projeto do Palmeiras de passar a atuar em grama artificial em sua casa está cada vez mais perto. Com até três turnos de trabalho diário, o Allianz Parque já está em fase final de reforma, com o piso já planificado, faltando pouco até que o novo gramado seja instalado e o estádio retome a sua rotina de jogos de futebol e também muitos outros eventos.

As obras, com previsão inicial de serem finalizadas no mês de março, estão adiantadas e existe a previsão que o Palmeiras já possa jogar em seu estádio ainda no mês de fevereiro, provavelmente no jogo com o Mirassol, no dia 16, ou então no duelo com o Guarani, dia 20. E a expectativa é a melhor possível.

"Há alguns anos, os atletas caíam, se machucavam, se queimavam. Era uma coisa dura. Mas a grama sintética evoluiu muito. A ponto de você ter uma qualidade semelhante à grama natural. Quando você migra para uma grama com esse padrão, você garante uma qualidade fabulosa durante o ano todo para o jogador que tem técnica. Essa grama que está aqui, você não vai ver em lugar nenhum na América Latina. Na Europa, ela só está presente em três campos. O nível de tecnologia é muito grande", explicou Alessandro Oliveira, CEO da Soccer Grass, empresa há mais de 25 anos no mercado e responsável pela instalação do novo gramado do estádio Alviverde.

E o novo piso, orçado entre R$ 7 milhões e R$ 10 milhões, deve encerrar de vez uma das grandes polêmicas do Allianz nos últimos anos: o gramado ficar danificado por causa dos shows. "Era um tiro no escuro. Após muitos eventos, a gente simplesmente não sabia como estaria a grama. Então a reclamação era que o gramado era muito inconstante. Às vezes o gramado estava bom, aí fazíamos um show e a grama ficava bem diferente de como estava. Algumas vezes, acontecia o contrário, o time se preparava para um gramado ruim, mas ele ficava em uma situação melhor do que a gente imaginava. Era uma situação de estranhar o próprio gramado. Então, depois de muitas reuniões, a WTorre, claro, com o aval do Palmeiras, decidiu pela troca. E nós acreditamos que a grama sintética resolverá esses problemas. Nós não teremos surpresas de como o gramado estará", disse Mike Willian, diretor de operações do Allianz Parque, que revelou que a administradora vinha sendo procurada por empresas de grama sintética há alguns anos.

 

Foto: Edu Garcia/R7

O fato do gramado ficar mais regular empolga as partes envolvidas, que acreditam em um ganho técnico com a mudança: "Esse gramado oferece sim uma evolução técnica. Estudos e comprovações da Fifa garantem isso. E mais do que isso, agora a gente garante que o gramado vai estar totalmente plano. É uma coisa que dificilmente a grama natural oferece. Antes, assumir esse risco de saber a condição do gramado em um jogo decisivo era complexo para a parte técnica. E a gente não conseguia precisar se as condições do gramado não poderiam causar riscos para os atletas", opinou Mike, sendo concordado pelo representante da Soccer Grass.

"Eu tenho certeza que o time vai ficar muito mais competitivo. São parâmetros da Fifa. Tem estudos que provam. O jogador vai poder utilizar a sua qualidade técnica sempre no mesmo lugar. Não vai ter um buraquinho novo, não vai ter a grama cortada de forma diferente. Não vai ter desculpa para o jogador não brilhar. Na minha opinião, o Palmeiras acertou totalmente nessa decisão. Eu posso dizer que é como se fosse um jogador a mais para o Palmeiras dentro de campo."

Arena da Baixada foi inspiração


Se o Palmeiras ainda busca se adaptar ao novo piso, tem um time no Brasil que já está totalmente apto a atuar na grama sintética. E colhe os frutos, com dois títulos importantes conquistados nos últimos dois anos. Trata-se do Athletico-PR, que optou pelo sintético em seu gramado nas reformas para a Copa do Mundo de 2014.

"O case de sucesso do Athletico certamente foi um diferencial. Ninguém falava muito disso alguns anos atrás. Aí você vê que o time teve uma evolução muito grande de resultados, com títulos importantes, com o rendimento dentro de casa sendo um diferencial para isso, é algo que chama atenção. Eu te garanto que com os dois títulos recentes do Athletico, não só o Palmeiras, mas outros clubes também devem estar de olho na grama sintética", explicou o diretor de operações do Allianz Parque.

 

Foto: Edu Garcia/R7

Segundo o responsável pela Soccer Grass, por mais que a Arena da Baixada tenha popularizado o gramado sintético, a tecnologia utilizada no estádio Alviverde é bem mais avançada. "Lá eles ainda usam a fibra de coco para a absorção de impacto, então tem que ficar molhando sempre. Aqui o que a gente usa é um termoplástico, que reduz em torno de 15 graus a temperatura do campo. Esse gramado nem precisa molhar. Ele só passa por um enxágue que é exigência da Fifa, mas não precisaria."

Grama 'com memória' fará Palmeiras jogar mais em casa
Uma das preocupações do torcedor do Palmeiras é que, assim como ocorre com o gramado natural, o sintético também poderia ser danificado com o excessivo peso dos palcos e o da plateia que pisa na grama em grandes shows. Porém, Alessandro Oliveira garante que isso não vai acontecer: "Essa grama tem uma tecnologia de memória. Então ela não tem como estragar por causa do peso. No meu escritório, eu tenho uma amostra, com um pedaço de grama. Eu deixei um peso muito grande nela por uma semana. Quando eu tirei, nada tinha acontecido. E aqui isso nem vai acontecer. Nunca vai ter um peso desse por uma semana seguida. Então quanto a isso não precisa se preocupar."

O fato do gramado estar sempre em condições ideais de se jogar futebol certamente fará o Palmeiras, que nos últimos anos teve que realizar muitos jogos importantes longe de seus domínios, atuar mais no Allianz Parque.

 

Alessandro Oliveira é CEO da Soccer Grass, responsável pelo novo gramado

Edu Garcia/R7

 

"Quando temos um show no sábado, eu preciso de pelo menos de 24 a 36 horas para que tudo seja desmontado. E tem shows, como por exemplo o do Roger Waters, que demandam 48 horas de desmontagem. E tinha aquilo de não saber exatamente como o gramado estaria. E esse risco não tem mais. O que pretendemos fazer, em conjunto com o Palmeiras, é que esses prazos caiam consideravelmente. A gente cogita a possibilidade até que uma parte das arquibancadas esteja fechada, mas que a desmontagem esteja de um jeito que não atrapalhe a realização de jogos. Então eu consigo te garantir que, se tiver um show na noite de sábado, um jogo na noite de segunda é possível. E talvez até mesmo um jogo às 19h30 no domingo também seja possível."

Porém, de acordo com Alessandro, da Soccer Grass, é evidente que o Palmeiras, que já vai estar acostumado com a grama artificial, terá uma vantagem em relação a rivais que atuam menos nesse tipo de piso

 

ItapebiAcontece / R7

 

 

 

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