Mais de 50 anos depois, avião que matou jogadores chilenos é encontrado nos Andes

Geral
10 de Fevereiro de 2015 11h02

Os destroços estão localizados a cerca de 300 quilômetros de Santiago, cidade onde o Green Cross foi fundado. Apenas parte do elenco morreu no acidente. Um primeiro grupo havia saído da cidade de Osorno rumo à capital em um avião que faria diversas escala

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Durante mais de quatro décadas, o Club Deportes Green Cross foi uma das equipes mais tradicionais do Campeonato Chileno. Chegou à primeira divisão em 1933, e conquistou o título nacional de 1945. Entretanto, os alviverdes são bem mais lembrados pela tragédia que marcou sua história. Em abril de 1961, o avião que transportava o elenco caiu nos Andes. Oito dias depois do acidente, o corpo de buscas encontrou apenas parte da aeronave, determinando que os corpos das 24 pessoas a bordo haviam se carbonizado em uma explosão. Mistério que durou até as últimas semanas, quando finalmente acharam a fuselagem do avião.

A descoberta 53 anos depois apontou um lugar diferente daquele em que se acreditava que o acidente aconteceu. “O avião está a 3,2 mil metros de altitude e a maioria da fuselagem se conservou. Também existe muito material espalhado pelo local, inclusive restos mortais dos passageiros”, afirmou Leandro Albornoz, um dos responsáveis pelas buscas. “Existem rumores de que caixas cheias de pedras serviram de caixões, porque não encontraram corpos no primeiro resgate. Tornou-se um acidente cheio de mito, com mistura de história e lenda”.

Os destroços estão localizados a cerca de 300 quilômetros de Santiago, cidade onde o Green Cross foi fundado. Apenas parte do elenco morreu no acidente. Um primeiro grupo havia saído da cidade de Osorno rumo à capital em um avião que faria diversas escalas, e que acabou recusado por alguns jogadores. O segundo avião, um Douglas DC-3 da empresa LAN, caiu horas depois de alçar voo. Uma das vítimas era Eliseo Mouriño, meio-campista que fez fama atuando por Banfield e Boca Juniors durante a década de 1950, sendo protagonista dos xeneizes na conquista do Campeonato Argentino de 1954. O argentino também disputou 25 jogos pela seleção, com a qual venceu duas vezes a Copa América.

O Green Cross ainda entrou em campo para disputar o jogo de volta contra a seleção de Osorno pela Copa do Chile, após o empate por 1 a 1 no dia anterior à tragédia. Os alviverdes perderam por 1 a 0 e acabaram eliminados da competição. Entretanto, em homenagem o time, aquela edição do torneio foi rebatizada como Copa Green Cross do Chile.

Não bastasse o acidente, o clube entrou em grave crise a partir de setembro de 1961, quando o seu presidente foi acusado de roubo no Banco Central do Chile, do qual também era subtesoureiro. Parte do dinheiro havia sido direcionado para o clube, pagando dívidas e parte dos salários. Em 1963, os alviverdes se fundiram com o Temuco, formando o Green Cross-Temuco e mudando-se para cidade homônima. A equipe se manteve com esta denominação até 1984, deixando o Green Cross apenas como marca registrada.

Para evitar danos nos destroços e nos restos mortais, as autoridades chilenas preferiram não revelar o local onde o avião do Green Cross foi encontrado. “Não queremos que se profane o lugar e que se levem os restos como troféus. Não se pode esquecer que ali morreram pessoas. É preciso respeitar as famílias”, complementa Albornoz.


ItapebiAcontece / Uol

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