SÓ DEPENDE DE NÓS, O POVO

13 de Junho de 2012 15h06

O artigo de título “Quando vamos moralizar o Poder?” de Ruth de Aquino, colunista da revista Época, que recebi dias atrás por email de um dos contatos, tem alvo claro.

A princípio prende-se, para alcançá-lo, ao primeiro ato que o recém eleito presidente da França o socialista François Hollande adotou: cortar 30% de seu salário e de todos os 34 ministros (metade mulheres) que compõem o seu governo. Paralelo a este corte seguem outros que, se não atingem imediatamente os bolsos dos ministros, são impactantes por impedirem que facilidades os motivem a desvios de conduta. São talhos propondo em resumo, eliminar nepotismos, tráfico de influências e qualquer tipo de mordomia, entre outros privilégios.
Para se ter uma ideia de como devem doer, conforme a autora “Os ministros terão de confiar ‘a gestão de seu patrimônio a um procurador’. Isso impede que tirem proveito de informações confidencias do mercado para enriquecer ilicitamente”. E observe que, em matéria dessas fraucatuas o nosso país é catedrático, e coloca o francês na retaguarda.
Num seguimento do texto ela entende que das normas adotadas pelo presidente Hollande, Alguns itens seriam muito bem-vindos no Brasil, noutro, que “No Brasil, num momento histórico em que se discute a Comissão da Verdade, deveríamos ter a mesma coragem para enfrentar os desvios, os abusos e a falta de bons modos que desmoralizam governadores, prefeitos, ministros e congressistas.” E conclui: O Executivo deu um bom exemplo na quinta-feira: Dilma mandou divulgar os salários dos servidores do governo federal, com base na Lei de Acesso à Informação Pública. Chega de torturar a verdade, tornando-a secreta. Vamos moralizar o Poder
A respeito desta divulgação salarial ordenada pela presidenta, a cronista fazendo o nexo inclui o excerto: O Legislativo e o Judiciário não gostaram da ideia. Sarney, presidente vitalício do Senado, ficou sem fala nem ação. Marco Maia, presidente da Câmara, também. Carlos Ayres Britto, presidente do Supremo Tribunal Federal, se juntou ao bloco dos temerosos. Eles acham que expor os salários à nação pode ferir a intimidade e a segurança dos servidores. Contem outra.
Como se vê, o nosso Congresso teve reação previsível: justificou mais uma vez o porquê da instituição ser considerada pela pesquisa popular a mais desacreditada do país. Do Judiciário esperava-se outra atitude, não é isso mesmo? Deveria. Mas depois das reportagens divulgadas denunciando suas mazelas, fazendo ir pras cucuias a reputação deste poder... Naturalmente essa de se juntar ao “bloco dos temerosos”, parecendo querer negar sua independência, será mais uma a retumbar na Justiça. E como muitas das vezes aflora de sua frieza o cidadão ser tratado como bandido e vice-versa, esses incongruentes modos de agir, só fazem contribuir para a desigualdade dos viventes no torrão verde-amarelo.
A meu ver, certeiro, articulista, e como o exemplo foi dado pela comandante... Envelhecida e saindo pelas beiradas, já está sim, mais do que na hora da sujeira debaixo do tapete do Poder(entenda aí os harmônicos Executivo, Legislativo e Judiciário) ser limpa. E acrescento: só depende de nós, o povo.
                                                                  Heckel Januário
 
 
 
 
 

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